Sede do engenho da família Medrado |
Continuo a
expedição na gentil carona cedida pelo pessoal da Acqua Mineira. Um paulista,
uma mineira, um mineiro e um carioca procurando alambiques para visitar na capital
nacional da cachaça. Rumamos no sentido Novo Horizonte. Passamos na porta da
fazenda Havana em direção à cachaça Salinas.
Sempre fui fã da
Salinas. Gosto do teor de amadeiramento embora ainda sinta falta dos originais
45°GL que me fizeram apaixonar. Hoje a Salinas carrega 42°GL, um portfólio que
inclui ipê, umburana, carvalho, a cristalina/prata, a mix (para caipirinha), o
tradicional bálsamo e muita tecnologia.
A cachaça é
produzida pela família Medrado que praticamente em trinta anos se tornou
referência em Salinas e que por carregar sabiamente o nome da cidade se tornou
referência no mundo da cachaça.
Somos recebidos
por Jéssica (ou rebeca..kkk) para a visita guiada. Inicialmente assistimos um
vídeo introdutório em uma sala de projeção que curiosamente fica dentro de um
imenso tonel. A estrutura e o preparo para receber os visitantes me fez recordar
do passeio à vinícola Aurora em Bento Gonçalves- RS. O receptivo que você
respeita!
Devidamente
vestidos de capacete e jaleco conhecemos a estrutura monumental, dez
destiladores, uma adega que mais parece um viveiro de incubação de novas
madeiras, incluindo armazenamento em madeiras como eucalipto, roxinho dentre
outras pesquisas. A área de envase com uma traquitana gigantesca que
praticamente sem contato manual permite o envase de diferentes tipos de
garrafa. Como toda a produção da cachaça Salinas é rastreada, não é permitido
fotos com foco. É muito impressionante pois absolutamente tudo possui código de
barras. Das estantes aos barris passando pelas caixas de papelão e garrafas,
tudo é rastreado.
Bálsamos da Salinas |
Subimos ao
restaurante da Salinas e lá uma dupla de violeiros rouba minha atenção para a
primeira paixão, a música. Porque será que a Salinas é esse sucesso? O clima
acolhedor em torno do fogão à lenha e da churrasqueira com moda de viola, pode
ser apenas uma das explicações.
Conversamos com
um xará, Thiago Medrado, que de forma acolhedora nos abriu a mesa para um
almoço, regado a caipirinhas e música Caipira com Salinas.
Thiagos: Pires e Medrado |
Recomendo
bastante a visita à Salinas pois ao unir o tradicional (ainda fermentam com
milho) à automação com novas tecnologias, eles mostram que o Brasil tem
potencial para produzir cachaça de qualidade com quantidade sim, lembrando que para
ser grande é preciso começar pequeno.
Dornas de Fermentação da Cachaça Salinas |
Saímos de Novo
Horizonte voltando para Salinas. Como estava hospedado distante do centro decidi
não voltar para o hotel e ficar direto para o festival. Ainda pude rodar um
pouco pelos bares da cidade na companhia de Sérgio da cachaça Obra de Arte. Sérgio contou sua história, sua experiência com produção e representação de
cachaça. Eu contei um pouco de minha história e devo confessar: lavamos a
serpentina com algumas cervejas, daquela verdinha sabe, afinal quem nunca?