Estante espelhada no museu da Cachaça de Salinas- MG |
Como dito
outrora, o museu da cachaça possui mais informações sobre o festival do que a
própria base/estrutura do festival. O museu é mantido pela prefeitura e possui
uma estrutura arquitetônica simples, porém grandiosa. Guias conduzem os visitantes
pelas diversas etapas da exposição. Chamam atenção as salas que trabalham com
sensações como o efeito óptico de uma prateleira espelhada de nove metros de
altura ou uma sala com aroma de bálsamo.
Destilador modelo "Tromba de Elefante"/ Museu da Cachaça de Salinas- MG |
Dois itens
chamam atenção: um parol de bálsamo e um destilador “Tromba de Elefante” doado
pela fazenda Havana. O cuidado com a iluminação e mesmo com o fundo sonoro só
não é maior do que o cuidado com o aroma da sala já que a mesma possui roda-pés
por onde a cachaça de bálsamo corre, provocando uma verdadeira experiência
sensorial afirmando: Salinas é a terra do Bálsamo!
Parol de Bálsamo/ Museu da Cachaça de Salinas- MG |
Uma das guias me chamou atenção pelo sotaque. Seu nome, Glória. Cubana de Havana, veio ao Brasil para trabalhar no programa Mais Médicos. Um choque de datas entre sua volta a Havana para renovar seu visto e um compromisso com uma especialização aqui no Brasil fez com que perdesse o vínculo com o programa e com Cuba. Casada há três anos com um brasileiro e já com filho em terras Tupi, Glória se apresenta orgulhosa como uma guia que fala quatro idiomas é médica com especialização em doenças tropicais e além de guia no museu atua como professora de radiologia em um curso da cidade. Glória à época lutava para poder voltar a atuar como médica no Brasil. O tempo e o processo eleitoral de 2018 deve ter mexido com suas expectativas, acredito.
Pergunto a ela
se antes de chegar em Salinas já tivera ouvido falar na cachaça Havana. Diz que
não, mas como quem reitera um fato histórico ela afirma que o regime Cubano
procurou proteger todas as marcas que remetessem a Cuba e Havana. Glória fala
do Rum agricole em Cuba e que assim
como em Salinas, em sua terra natal a variedade de cana Java também é bastante
comum.
Depois de
aprender mais um pouco sobre Havana, não a cachaça, foi inevitável pedir que
Glória posasse ao lado do rótulo da cachaça Cubana, de Salinas.
Sensacional. Tromba de elefante, 45 GL... essas coisas não podem morrer não. É importante que existam grandes produções e até produtos "gourmets" (odeio essa palavra, mas como está em uso...). Entretanto, tem que sempre haver a opção de consumirmos produtos mais artesanais, com alambiques que não são de uma mesma marca, leveduras próprias do ambiente, graduação alcoólica elevada... consumir um produto único, com característica própria! Padronização demais destrói a peculiaridade!
ResponderExcluirConcordo. Que seja pelo menos pelo apreço histórico. Quem valoriza isso geralmente paga até mais caro, sem pestanejar.
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