Vista matinal da entrada do Festival em sua 17 edição(2018) |
Antes de discorrer sobre esta jornada etílica à
Salinas pondero que as observações que faço são baseadas em minhas experiências
no ano de 2018 quando fui ao festival. É possível que outras pessoas possam ter perspectivas diferentes e nesse sentido fica aqui meu respeito! Em 2018 o festival ocorreu nos dias 20, 21 e 22 de julho. Neste ano de 2019 ocorrerá 12,13 e 14 de julho.
Assim como os estudiosos da música separam o samba em antes e depois do "Fenômeno Estácio" (bairro carioca) com Donga, João da Bahiana, Ismael Silva, Bide, Marçal na década de trinta do século passado, podemos dizer que a cachaça de Salinas é responsável pela "Renascensa" da história da Cachaça.
Principalmente da segunda metade do século passado aos dias atuais Salinas apresentou ao restante deste imenso país uma estética na cachaça que ainda não era conhecida em muitas regiões: nos sentidos a estética do Bálsamo de Salinas com seus toques de anis, alecrim, aroma remetendo a temperos como erva-doce e manjericão e suas diferentes tonalidades de amarelo que podem ter nuances esverdeadas.
No visual, as tradicionais garrafas de 600ml (de cerveja) com uma tipografia simples, modesta mas com identidade compartilhada por praticamente todos os produtores dessa cidade. Não que em outras regiões também não utilizassem essas garrafas, até porque esses produtores já utilizam o conceito de " Logísitca Reversa" há algum tempo, mas Salinas do seu jeito, manteve sua identidade.
Salinas, na minha singela opinião, demarca um novo ciclo na recente história da cachaça brasileira. Ela sugere uma nova página após a era da Umburana de Januária e Buenópolis também no norte de Minas.
As graduações alcoólicas das salinenses hoje variam bastante mas até vinte anos atrás, poucas marcas tinham menos de 45°Gl. Ou seja, quem bebia cachaça, atestava sua "pegada" geralmente pungente.
A distância da região dos principais centros urbanos fez com que quem fosse a Salinas não deixasse de visitar o Papa...ops! não deixasse de trazer uma garrafa.
O clima quente, a terra arenosa e calcária ainda permitiu que Salinas tivesse um solo que não sugerisse correção de acidez. Então ali, a cana da variedade "Java" se adaptou muito fácil com índices de sacarose surpreendentes para a época (meados do Séc. XX).
Não bastassem todos esses atributos, a terra produziu ícones como Havana/ Anísio Santiago, Piragibana. Lua Cheia, Cachoeira dentre tantas outras que uma postagem não daria conta de citá-las. Ou seja, um Sucesso nacional!
Porque Salinas?
Se você já gosta de cachaça esta pergunta pode não fazer muito sentido mas se ainda não tem tanta proximidade com esse universo deixa eu apontar alguns motivos:Assim como os estudiosos da música separam o samba em antes e depois do "Fenômeno Estácio" (bairro carioca) com Donga, João da Bahiana, Ismael Silva, Bide, Marçal na década de trinta do século passado, podemos dizer que a cachaça de Salinas é responsável pela "Renascensa" da história da Cachaça.
Principalmente da segunda metade do século passado aos dias atuais Salinas apresentou ao restante deste imenso país uma estética na cachaça que ainda não era conhecida em muitas regiões: nos sentidos a estética do Bálsamo de Salinas com seus toques de anis, alecrim, aroma remetendo a temperos como erva-doce e manjericão e suas diferentes tonalidades de amarelo que podem ter nuances esverdeadas.
No visual, as tradicionais garrafas de 600ml (de cerveja) com uma tipografia simples, modesta mas com identidade compartilhada por praticamente todos os produtores dessa cidade. Não que em outras regiões também não utilizassem essas garrafas, até porque esses produtores já utilizam o conceito de " Logísitca Reversa" há algum tempo, mas Salinas do seu jeito, manteve sua identidade.
Lote 1 da Clássica "Cachoeira" de Salinas- MG |
Salinas, na minha singela opinião, demarca um novo ciclo na recente história da cachaça brasileira. Ela sugere uma nova página após a era da Umburana de Januária e Buenópolis também no norte de Minas.
As graduações alcoólicas das salinenses hoje variam bastante mas até vinte anos atrás, poucas marcas tinham menos de 45°Gl. Ou seja, quem bebia cachaça, atestava sua "pegada" geralmente pungente.
A distância da região dos principais centros urbanos fez com que quem fosse a Salinas não deixasse de visitar o Papa...ops! não deixasse de trazer uma garrafa.
O clima quente, a terra arenosa e calcária ainda permitiu que Salinas tivesse um solo que não sugerisse correção de acidez. Então ali, a cana da variedade "Java" se adaptou muito fácil com índices de sacarose surpreendentes para a época (meados do Séc. XX).
Não bastassem todos esses atributos, a terra produziu ícones como Havana/ Anísio Santiago, Piragibana. Lua Cheia, Cachoeira dentre tantas outras que uma postagem não daria conta de citá-las. Ou seja, um Sucesso nacional!
E como é que chega mesmo?
O objetivo desta postagem é contribuir principalmente
para quem ainda não foi ao festival de cachaça de Salinas.
Mapa da Região e Principais distâncias |
Fiz esta viagem com a ida de avião
até Montes Claros (saindo de Guarulhos- SP) e depois de ônibus para Salinas. Na
volta ônibus de Salinas a Montes Claros (aproximadamente três horas) e ônibus
de Montes Claros para o Rio de Janeiro (dezessete horas). A cidade satélite que
possui conexões aéreas mais próxima de Salinas ainda é Montes Claros. A
primeira observação é que a maioria dos vôos e os mais baratos para Montes
Claros costumam partir de São Paulo, ou melhor Guarulhos, isto para quem parte
do sudeste. Fica a dica e o desejo de boa sorte.
Minha ida de avião foi bastante
atrasada por problemas de controle aéreo, mesmo assim consegui chegar em Montes
Claros às 2:11, meu ônibus para Salinas às 2:30. A propósito, é bom comprar a
passagem Montes Claros- Salinas previamente pois a rota é bastante concorrida.
E assim fui em um táxi ligeiro cortando as ruas de asfalto brilhante (brilha
mesmo!) rumo à rodoviária. No fim das contas tudo certo, embora o desgaste pela
possibilidade de perder o ônibus para Salinas e ter que aguardar ainda mais.
A estrada um
breu, vez ou outra um carro na direção oposta ilumina a pista e nosso ônibus. O
cansaço da viagem aérea sequer permitiu que me preocupasse com a rodovia que
uma semana atrás envolvera quatorze vítimas em um acidente. Portanto fica esta
dica:
EVITE IR PARA
SALINAS À NOITE DIRIGINDO, PRINCIPALMENTE SE FOR MARUJO DE PRIMEIRA VIAGEM.
Qual não foi minha
euforia ao chegar à rodoviária intitulada Terminal Rodoviário Anísio Santiago? Muito bom entrar numa
cidade com este tipo de referência e reverência!
A Microregião de Salinas |
Da rodoviária para
o Valley Hill Hotel trinta reais de táxi. O hotel com boa estrutura e boas
instalações não ajuda muito por ficar longe do centro da cidade e logo das
atividades do festival. Portanto procure ficar em opções de hospedagem dentro
da cidade. Você vai pagar mais caro mas vai economizar no transporte, principalmente
ao final do dia após o festival.
Imagem do Mercado Municipal de Salinas |
Pego mais um
táxi (mais trinta reais) para o centro de Salinas. Por ser um sábado, chama a
atenção a movimentação em torno do mercado municipal. Lembrei muito dos
mercados do interior nordestino. Galinhas, galos, artesanato, diferentes tipos
de queijo e requeijão, doces...enfim de um tudo tem no mercado municipal. Ali
já começara a fazer as escolhas pois se por um lado tive vontade de ficar, por
outro o objetivo era a cachaça. Mesmo assim fica a dica: não deixe de visitar o
mercado, se possível no sábado que é quando agricultores do interior chegam à
Salinas com seus produtos frescos.
Atravesso o
mercado em direção à sede do festival. Às oito da manhã só os seguranças nos stands e
estes pouco sabiam de translado e ida à alambiques pelo festival. Fico sabendo
que todo o receptivo turístico está locado no museu da cachaça. Considere isso
quando for ao festival, o museu é um confiável centro de informações sobre a
programação do festival. E lá fui pelas ruas de Salinas.
A propósito, a
programação do festival começa entre os produtores na noite de quinta feira
tendo já na sexta feira visita a alambiques na parte da manhã e show na parte
da noite. Como disse, cheguei em Salinas no sábado pegando assim o bonde
andando, mas ao mesmo tempo fazendo uma viagem praticamente exclusiva e com um
roteiro que dificilmente conseguirei repetir.
Salinenses |
Em três dias em Salinas consegui visitar as produções da Sabiá/ Tiziu, Salinas, Terra de Ouro, Sabinosa (Brinco de Ouro, Prata, Preciosa...) e Havana/ Anísio Santiago.
Nas próximas postagens você leitor poderá acompanhar a evolução dessa viagem. Prepare seu copo!
Se você gosta das tradicionais separe um Bálsamo de Salinas, se gosta das menos amadeiradas Salinas também têm cachaça pra você.
Ler já é bom, viajar também, agora imagina isso na companhia da nossa genuína bebida?
Então boa viagem!
Nas próximas postagens você leitor poderá acompanhar a evolução dessa viagem. Prepare seu copo!
Se você gosta das tradicionais separe um Bálsamo de Salinas, se gosta das menos amadeiradas Salinas também têm cachaça pra você.
Ler já é bom, viajar também, agora imagina isso na companhia da nossa genuína bebida?
Então boa viagem!
Porteira de entrada da fazenda Havana. Salinas- MG |
Beleza, Thiago, um ótimo programa pra julho!
ResponderExcluirCertamente. Mais para frente devo abordar um pouco mais o turismo em Montes Claros,o que pode dar mais opções de lazer e cultura. Passei praticamente só uma tarde em Montes Claros mas percebi que tem várias opções. Obrigado por sua visita!
ResponderExcluir