terça-feira, 22 de maio de 2012

Voltando à Quinta


Voltando à Quinta.
  Ainda em 2010 tive a oportunidade de degustar a Cachaça da Quinta na versão carvalho. Na oportunidade me impressionei com a apresentação do produto (garrafa muito elegante), com a origem (Carmo- RJ) e sem dúvida com o sabor (para maiores detalhes, ver a postagem de 2010 disponível neste blog).
  Mais tarde Conheceria Kátia pessoalmente em um curso de análise sensorial quando fui gentilmente presenteado com sua cachaça na versão prata. Como de costume pedi à Kátia que assinasse o rótulo que ainda hoje tenho guardado em casa.
Idas e vindas e volto para escrever sobre o alambique da Cachaça da Quinta visitado no último dia 05 de maio de 2012 quando pude acompanhar a Confraria de Cachaça Copo Furado em visita oficial à bela propriedade.
  O que vimos foram ótimas instalações, dentro das normas do ministério da agricultura. Um esmero que observa-se em instalações que trazem logística à produção. Exemplo: Todas as etapas da produção contam com um ponto de vapor( o alambique funciona à caldeira). Este procedimento é para permitir a higienização dos utensílios desde a moenda até caixas de recepção na destilação. Outro exemplo é a decantação do caldo já fermentado. É muito comum o caldo durante a fermentação “zerar” o brix, mas continuar com partículas em suspensão que não deixam a superfície espelhada( ponto ideal para a destilação). Dessa forma no alambique da Quinta eles possuem uma dorna para decantação de partículas e “zeramento” total da atividade fermentativa.
  Aspectos que me chamaram a atenção foi a moenda, movida à roda d'gua, o fato da Kátia padronizar a diluição do caldo para 14°Brix quando alguns produtores trabalham com 15° ou 16° e saber que primeiramente o alambique produzia uma versão armazenada na Imburana, para depois trabalhar com o carvalho. Já ia esqueçendo...a água. Muito boa. A fonte dentro da propriedade.
  Mais uma vez vi um produtor totalmente atualizado seguir um “dito” que alguns produtores já relatam, mas durante muito tempo foi considerado lenda. Mesmo estando em tonéis de aço inox, a cachaça branca é repousada em média por um ano para “arredondamento”. Dentro da minha vã filosofia, acredito que esta prática só contribui para o amadurecimento do destilado vindo a mostrar como a cachaça branca possui sua complexidade também.
  A entrevista que segue é um rápido bate-papo com a Kátia, desta vez como Presidenta da APACERJ( Associação dos Produtores e Amigos da Cachaça do Estado do Rio de Janeiro). Kátia fala sobre os desafios e projetos para a associação.
  A “Zoada” que escutam ao fundo é por conta do alvoroço causado pelos quitutes oferecidos pela família (Leitoa à pururuca, Frango Caipira, uma pimenta inesquecível, uma caipirinha maravilhosa feita pelo simpático e acolhedor esposo da Kátia). Diante da recepção de “Primeira”, quem não ficaria entusiasmado com a “Quinta”?
  Agradeço a Kátia mais uma vez pela entrevista e pela recepção!  

6 comentários:

  1. Parabéns Thiago, pelo ótimo texto, elucidativo, com aspectos interessantes da produção da ótima Cachaça da Quinta, TRADIÇÃO DA FAMÍLIA DE KÁTIA ESPÍRITO SANTO, DESDE 1923.

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  2. Olá Thiago: você também está se tornando um ótimo repórter. A Globo que se cuide.
    Parabéns à Kátia, por seu trabalho frente à APACERJ.

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  3. Muito obrigado Luiz Carlos, sempre prestigiando..

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  4. Realmente de excelente nível não só sua entrevista como também seu blog. Já tinha passeado por ele outras vezes.Espero ter a honra de um dia nossa cachaça estar presente em sua página. Abraços Rogério Cachaça Parapeúna

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  5. boa Thiagão! parabens pelo trabalho, tenho aproveitado p conhecer mais sobre o universo da cachaça q é fascinante.Quero provar essa cachaça da quinta com que com certeza não é de quinta!rsrs. e aguardo tb postagem sobre o alambique da serra do cipó! abraço pagode

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