sábado, 29 de outubro de 2011

Engenho água doce

Última viagem de Jaqueline à Pernambuco, congresso do Alas...papo de ciências sociais, estas coisas, mas como ela tem me conquistado pela boca, não fez diferente da última vez. Trouxe uma garrafa da "Engenho Água doce" do município de Vicência -PE. Garrafa modelo das novas(Cachaça do Brasil-700ml). Já tinha bebido desta de carvalho, e lembro que não tinha me chamado a atenção, mas a branca!
Muito autêntica a Cachaça, se percebe um ligeiro acético peculiar de algumas cachaças brancas do nordeste, inicialmente vieram referências como a Serra Limpa da Paraíba e mesmo a Coqueiro de Paraty no Rio, mas ela se mostrou bastante discreta do alto dos seus 40°Gl. Bouquê interessante lembrando cana, bagaço, feno, folha molhada. O dia em que bebi,estava ensolarado, mas ameno e confesso que beberia muitas outras doses pois a atratividade da cachaça também chamou a atenção.
Pesquisando um pouco descobri que Vicência é uma cidade muito importante na história da Cachaça de Pernambuco, e da história nacional, possuindo fazendas que remontam ao século XVIII algumas inclusive com tombamento histórico dado pelo IPHAM.
Agradeço e parabenizo a excelente matéria do colega de blog do Joaquim Queiroz, que me interou bastante sobre a cidade de Vicência. Recomendo visita ao blog joaquimqueiroz.blogspot.com, e recomendo a cachaça, para informações sobre esta www.engenhoaguadoce.com.br
Thiago Pires

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Dia Nacional da Cachaça

Resumindo, hoje é dia Nacional da Cachaça. A data se presta a homenagear e fazer referência à este símbolo Nacional. A escolha da data tem a ver com a "Revolta da Cachaça"

A revolta da Cachaça
(Novembro de 1660 a Abril de 1661)

Complexo conjunto de insatisfações acumuladas por proprietários de engenhos produtores de Cachaça da região do recôncavo da Guanabara (São Gonçalo, Magé, Itaboraí, Saquarema, Cabo Frio, Maricá, Guapimirim- na capitania do Rio de Janeiro), tendo como estopim a proibição de produção e venda de Cachaça(13 de Setembro de 1649), após a criação da Companhia Geral do Comércio(1649).
Com a criação desta Companhia, Portugal passava a controlar o comércio de produtos do Reino(Farinha, Bacalhau, Azeite e Vinho) e juntamente proibia a produção da “Aguardente da terra” que então ameaçava principalmente o consumo e comercialização de vinho português.
A ação dos revoltosos fora inspirada(data do início da revolta 08 de Novembro de 1660) na restauração da Coroa portuguesa de 1640, onde o controle político da Coroa Portuguesa passa de uma dinastia Espanhola (Felipe IV) para uma dinastia de portugueses(os Bragança) simbolizando o fim da união ibérica. Politicamente este evento influencia uma não aceitação de estados autoritários e não comprometidos com os interesses da população.
A importância da produção de Cachaça para os Fluminenses está no fato desta ser frequentemente utilizada na compra de escravos na África, e prata Argentina(triângulo Rio de Janeiro- Buenos Aires-Luanda) . A produção açucareira fluminense cai em declínio dado o avanço do açúcar nordestino (Pernambuco e Bahia). Em meados do séc XVII a economia fluminense portanto era praticamente sustentada pela produção da Cachaça.
Destaca-se a importância da sesmaria de São Gonçalo do Amarante não só como produtora mas principal articuladora da revolta. Neste cenário convém citar Jerônimo Barbalho (líder da revolta), Salvador Correa de Sá (governador deposto), Tomé Correia de Alvarenga (governador interino que fora remetido a Portugal junto com as reivindicações dos revoltosos) e Agostinho Barbalho Bezerra (irmão de Jerônimo Barbalho e governador aclamado pelos revolucionários).
O saldo da revolta é positivo pois as principais reivindicações dos revoltosos são atendidas com o término da rebelião através da liberação da produção e comercialização da Cachaça, de uma maior transparência nas convocações das assembléias políticas que discutiam a administração pública das sesmarias e através da deposição de Salvador Correia de Sá e seus parceiros políticos.
A Revolta da Cachaça entrou para a história como a primeira revolta em todo o Atlântico sul em que os rebelados tomam o poder (durante cinco meses) em uma cidade colonial e a governam em nome do Rei.

Referências Bibliográficas:
CAETANO, Antonio Filipe Pereira.Revista História do Arquivo Nacional, edição de dezembro de 2005.
CAETANO, Antonio Filipe Pereira. “Entre a Sombra e o sol A Revolta da Cachaça, a Freguesia de São Gonçalo de Amarante e a Crise política Fluminense.“Dissertação de Mestrado” UFF. Março de 2003
Wikipédia

Dados Importantes
13 de Setembro de 1649- Decreto de Proibição de produção e venda da Cachaça.
Todo mundo tem uma “Cachaça”
Acredito que não preciso esclarecer minha relação com a Cachaça. É uma paixão, me arriscaria a dizer, amor mesmo. A Cachaça é uma das palavras que mais possui sinônimos e significados na língua portuguesa e um de seus significados é ...Paixão. Quem nunca ouviu “Isto é minha Cachaça”?
Me arrisco aqui a escrever e relacionar coisas que a princípio não tem ligação, mas que se investigarmos, são fortes e parentes.
Aqui escrevo para falar de uma pessoa que como eu tinha uma “cachaça” em comum. A Música. Esta pessoa: Tina Pereira!
Apaixonada, quase loucamente, pelo que fazia: MÚSICA. Da sua maneira, como educadora, regente, instrumentista, arranjadora, esta se dedicou a sua tarefa de maneira tão honesta, que hoje é incontestável sua contribuição para o cenário da Música Carioca (Orquestra Revelia, Tupiniquim, OSPA...) e porque não...brasileira (Arranjos de Jovino, Bilinho, Marcelo Bernardes, Caio Sena... Músicas de Moacir Santos, Baden, Tom, Edu Lobo, Hermeto...).
Faço esta relação em homenagem mesmo, a esta colega e amiga que soube como ninguém, fazer Música e como a própria Música cativar as pessoas, se tornando também uma “cachaça”.
Neste dia treze, teu aniversário,é p'ra você meu brinde generosa Tina Pereira.

Obs.: Por conta de projeto de lei, do Deputado Valdir Collato (SC), já aprovado, há dois anos se comemora no dia treze de setembro, “Dia Nacional da Cachaça”.
Thiago Pires

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Paraty...sempre uma novidade

Esta postagem deveria ter sido feita no máximo em agosto, mas a correria de sempre só me permitiu colocar algo com calma hoje, feriado de sete de setembro...rs..rs
Estive em Paraty no final de julho, mais precisamente no último final de semana.
A cidade sempre tem algum atrativo cultural, e naquele fim de semana havia um festival de artes cênicas. Muito legal foi ver o catalão Tortal poltrona( não sei se é assim que se escreve), cara destes que faz agente acreditar que palhaçaria, não é palhaçada!
Mas vou me permitir falar de outra surprendente "novidade". A Cachaça Pedra Branca. Digo surpreendente pois as instalações deste alambique chamam atenção, em relação aos demais da cidade. Sala de fermentação totalmente higienizada(não que os demais não tenham!), equipamentos de destilação movidos à caldeira e maquinário para a produção de melado e rapadura, tudo à base de vapor ...de caldeira.
Fomos bem recebidos pelo Lúcio, que mostrou todo o alambique de forma muito prestativa e explicou detalhadamente sua história. Fiquei até sabendo que este Lúcio, possui parentesco com o pessoal da PAratyana/Mulatinha e com o pessoal da Corisco.
Chamo atenção para uma reserva de carvalho que este produtor possui. Diferentre da maioria dos carvalhos que geralmente encontramos, estes são de carvalho francês, que realmente adicionou um dourado bem cintilante ao produto e deu um "acabamento" no paladar bem diferente, e muito interessante.
Outra novidade é um tonel que o produtor possui de Amendoim, muito comum em Paraty, mas no caso deste, é possível ver uma maior interação e influência da madeira tanto na coloração quanto no paladar. Resultado, uma cachaça bem diferente da armazenada em Inox e com um pequena coloração "palha". Neste caso a primeira cachaça armazenada em amendoim, com alguma cor que ja vi/bebi!
A estrutura do alambique, possui capacidade para produzir mais de trinta mil litros por safra e o produtor possui canavial próprio. Equipamentos de destilação da "Santa Efigênia" (diferente de alguns outros que utilizam equipamento feito na região de campinas)fazem com este produtor esteja totalmente inserido numa nova concepção de produção aliando novas tecnologias à tradição da cachaça de Paraty. Recomendo visita e a degustação de seus produtos.
Acredito que não me engano quando digo que ainda vamos ouvir falar bastante da "Pedra Branca" de Paraty.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Fanfarrada




Apresentação da Fanfarrada em 2010 no teatro Glauce Rocha. Jóia de Cachao "Se Perdio La Flauta".

domingo, 3 de julho de 2011

Seu Laércio e a Sanfona

Último dia de viagem, já tínhamos muita história para contar, mas alambique que é bão só o da barrosinha, que ficava em Barroso não em Carrancas, lugar de destino. Meus companheiros de viagem não se opuseram a visitar na manhã de um domingo de Páscoa um alambique. Fomos procurar os ovos de "Cachaça" do coelhinho. Brincadeiras á parte, isto dá uma boa história. O alambique de destino era o da "Bicas da Serra", Cachaça que conheçemos no primeiro dia, assim que chegamos á carrancas. Cachaça discreta como o povo dali, mas muito, muito agradável como tudo de lá.
Neste primeiro dia, bebemos a primeira dose e foi o suficiente para comprar uma garrafa de 500ml dessas de água e levar para nosso descanso. Fomos esquematizar um passeio às Cachoeiras de Carrancas, passeio este mais do que recomendado já que na cidade onde dormíamos, Itutinga, não tinha mais guia de turismo para os passeios de lá.
Voltamos a Itutinga para dormir, cervejas e a "Bicas da Serra" lá, honestíssima em seu preço convidativo e impagável no valor da sensação da qual gozávamos. Tínhamos visto alambique em Barroso, trem em Tiradentes, estradas e campos belíssimos e no ´tímido frio de Abril tínhamos o cenário perfeito, cansados e felizes dormimos e muito.
Mas voltando ao último dia, estávamos um pouco ressabiados com um barulho no carro, carro velho é igual a gente, quando tem alguma coisa, suspeitasse logo do coração, no caso do carro ,do motor, e a última coisa que queríamos era ter algum tipo de problema mecânico, já que a viagem até ali, era só maravilha.
Depois de termos confirmado o caminho do alambique seguimos. Aquela clássica lorota de ´"...É logo ali meu filho.." e nisto se foram 12 Km bem recompensados pela belíssima paisagem que vez ou outra nos mostrava um tucano Siriemas, bicho que nunca tinha visto...áhhh e também com a plantação de soja e milho, não tão naturais mas muito imponentes.
Era uma manhã de sol muito agradável e depois de termos rodado bastante, não termos visto placa nenhuma senti que a "pilha" já começava a dar sinais de cansaço. Encontramos dois ciclistas, estavam indo de Carrancas á volta Redonda, via Estrada Real, passariam por Andrelândia. Perguntamos se sabiam de algum alambique, e para nosso desânimo, não. Continuamos e depois de descermos uma das maiores ladeiras que meu carro já viu(padrão Trindade em Paraty!), paramos um Chevelho(Chevete velho!) para perguntar se sabiam do alambique. Dessa vez um pouco melhor, escutamos que estavamos à 300m da entrada, muito bom ouvir boa notícia quando se está titubeante!
Chegamos ao alambique, buzinamos, cachorro latindo, menino correndo. A buzina do meu "Land Roça" interrompendo o silêncio da calma manhã. Entramos e fomos muito bem recebidos naquele alambique. Tivemos muitas informações à respeito do alambique e referente a este prometo fazer outra postagem, mais "técnica" para dar todas as informações à respeito da "Bicas da Serra".
Depois de sairmos de lá, acreditávamos que a boa era voltar, que a viagem começava a ter a sua contagem regressiva, mas no meio do silêncio meu ouvido polifônico captou um Timbre mais do que familiar, não restava dúvida... era uma Sanfona! Meus ilustres companheiros de viagem como eu não exitaram! Saímos do carro e fomos conhecer aquele cantinho de minas que me fez lembrar do meu lado mais rural, mais "bagual" com se diz no sul, que acredito que todo brasileiro tem. o Sanfoneiro seu Laércio, muito Generoso, simpático e ótimo músico. Tocava sua Sanfona com mão de mecânico, mas naquela manhã de domingo de páscoa, o presente divino, não foi a Cachaça, foi ter conhecido, tocado, conversado com seu Laércio, um destes "arquétipos" de gente da roça, que guardamos no nosso imaginário.
Peço encarecidamente que acessem o link e tirem suas conclusões. Metido,me senti meio "Câmara cascudo" e só tenho a agradecer a Deus e aos deuses que me permitiram viver este momento. Seu Anselmo e Jaqueline... saibam que aquele momento foi mágico para mim, como foi a honra de sua companhia, com foi o doce som de seu Laércio! Muito Obrigado Seu Anselmo, Jaqueline e Seu laércio!


Thiago Pires

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A Barrozinha



Atravessamos a porteria de madeira que logo logo denunciou o caminho do alambique. Me perdoem ,adoro mata nativa, mas se tem uma cultura que é bonita de longe é um canavial bem plantado, fica uma tonalidade de verde que muito sutilmente muda de tom de acordo com o vento.


Mais uma placa dentro da propriedade e chegamos. Um sino com uma placa "toque para ser atendido" mas não foi preciso, pois assim que desligamos o carro já se aproximou uma pessoa. Um senhor que a minha pobre memória não recordará o nome mas que viria a nos receber muito bem. Voz grave, meio calejada como suas mãos. Mas realmente uma pessoa que nos apresentou o alambique, as Cachaças (branca, armazenada e envelhecida no carvalho por dois anos).


Naquele momento estavam preparando um pé- de-cuba para ser destilado ainda naquela semana mas segundo ele, o fermento estava "fraco" e portanto elaborariam outro. Ainda assim adorei o cheiro da sala de fermentação e o vigor das bolhas do fermento. Lindo mesmo!


Minhas impressões


A estrutura do alambique é muito boa. Possui um destilador "Fogo no rabo" com serpentina e uma coluna de inox para produção de etanol. A cachaça barrozinha possui selo de orgânica, mas algumas características de logística poderiam questionar a certificação. Gado muito próximo da entrada do alambique é uma delas.



Saímos dali direto para a próxima parada que seria também votada bem em cima da encruzilhada. Vamos ou não entrar em Tiradentes? e entramos.


Lá vi um Brasil já conhecido (Paraty, Olinda, São Luis...), uma minas desconhecida e a lembrança esquecida da Inconfidência Mineira. Jaqueline me dissera que haveria uma celebração por terem encontrado o que seriam ossadas de dois inconfidentes. Um passado tão presente, no que se vê, se bebe, se percebe dos fogões à lenha que timidamente defumam a cidade. Naquele dia vinte um de abril meu gole, Joaquim José, da Silva Xavier, foi meu brinde!


Thiago Pires

O Bom filho ao blog entorna

Fala pessoal que tá há muito carente de novas. Sei que estou em falta mas vida profissional/ acadêmica..... tem demandado coisas que me fizeram ficar este tempo longe, mas espero voltar aos poucos.
Nas postagens que se seguem dividirei minha experiência de viagem à cidade de Carrancas no sul de Minas Gerais. A indicação da cidade foi feita pelo camarada Rudá Brauns, Bandolinista. Ao comentar que procurava um lugar para descançar na semana santa, este foi certeiro. Carrancas!
A cidade fica no sul de Minas e realmente pouquíssima gente conheçe. Depois de eu e Jaqueline decidirmos o destino (as belezas naturais cativam mesmo pela Internet), começamos a procurar por hospedagem. Internet, telefone fixo, liga daqui, dali e Jaque tão caçadora de Internet, descobriu o seguinte. "...Thiago tem uma cidade próxima que possui preços melhores que Carrancas e fica bem perto..." segundo depoimentos mineiros, 10 min de carro, mas na verdade 27 km de distância de Itutinga( onde acabamo$ ficando) a Carrancas, o que dá pelo menos 25 minutos de "Land Roça" minha paraty 95 que subiu foi ladeira nesta viagem.
Fechamos (Jaqueline, eu e seu anselmo, pai da Jaque)pacote realmente muito mais em conta e ficamos na pousada "Novo Milênio" em Itutinga, dirigida pela Sra Clarice. Gente simpática e simples como o povo da região.
Saímos 5;30 do Rio na Quinta-feira dia 21 de abril. Até Barbacena a maioria conheçe. Pedágios caros, muita subida, muito deserto verde(plantação de eucaliptos e pinus) e outras belíssimas paisagens nativas. Fizemos uma parada antes de Barbacena e seguimos até Barroso, terra da família do estimado Rubem Schuenk. Bem perto do trevo para a entrada da cidade lemos a seguinte placa: " Cachaça Barrozinha a 2km" .
Meu espírito "easy rider" entrou em ação ali e como costumo dizer, pior que um louco que tem a idéia é o outro que apoia a mesma. Sendo assim fomos ( depois de votação unânime...rs..rs) visitar e esticar as pernas na Barrozinha.