terça-feira, 13 de setembro de 2011

Dia Nacional da Cachaça

Resumindo, hoje é dia Nacional da Cachaça. A data se presta a homenagear e fazer referência à este símbolo Nacional. A escolha da data tem a ver com a "Revolta da Cachaça"

A revolta da Cachaça
(Novembro de 1660 a Abril de 1661)

Complexo conjunto de insatisfações acumuladas por proprietários de engenhos produtores de Cachaça da região do recôncavo da Guanabara (São Gonçalo, Magé, Itaboraí, Saquarema, Cabo Frio, Maricá, Guapimirim- na capitania do Rio de Janeiro), tendo como estopim a proibição de produção e venda de Cachaça(13 de Setembro de 1649), após a criação da Companhia Geral do Comércio(1649).
Com a criação desta Companhia, Portugal passava a controlar o comércio de produtos do Reino(Farinha, Bacalhau, Azeite e Vinho) e juntamente proibia a produção da “Aguardente da terra” que então ameaçava principalmente o consumo e comercialização de vinho português.
A ação dos revoltosos fora inspirada(data do início da revolta 08 de Novembro de 1660) na restauração da Coroa portuguesa de 1640, onde o controle político da Coroa Portuguesa passa de uma dinastia Espanhola (Felipe IV) para uma dinastia de portugueses(os Bragança) simbolizando o fim da união ibérica. Politicamente este evento influencia uma não aceitação de estados autoritários e não comprometidos com os interesses da população.
A importância da produção de Cachaça para os Fluminenses está no fato desta ser frequentemente utilizada na compra de escravos na África, e prata Argentina(triângulo Rio de Janeiro- Buenos Aires-Luanda) . A produção açucareira fluminense cai em declínio dado o avanço do açúcar nordestino (Pernambuco e Bahia). Em meados do séc XVII a economia fluminense portanto era praticamente sustentada pela produção da Cachaça.
Destaca-se a importância da sesmaria de São Gonçalo do Amarante não só como produtora mas principal articuladora da revolta. Neste cenário convém citar Jerônimo Barbalho (líder da revolta), Salvador Correa de Sá (governador deposto), Tomé Correia de Alvarenga (governador interino que fora remetido a Portugal junto com as reivindicações dos revoltosos) e Agostinho Barbalho Bezerra (irmão de Jerônimo Barbalho e governador aclamado pelos revolucionários).
O saldo da revolta é positivo pois as principais reivindicações dos revoltosos são atendidas com o término da rebelião através da liberação da produção e comercialização da Cachaça, de uma maior transparência nas convocações das assembléias políticas que discutiam a administração pública das sesmarias e através da deposição de Salvador Correia de Sá e seus parceiros políticos.
A Revolta da Cachaça entrou para a história como a primeira revolta em todo o Atlântico sul em que os rebelados tomam o poder (durante cinco meses) em uma cidade colonial e a governam em nome do Rei.

Referências Bibliográficas:
CAETANO, Antonio Filipe Pereira.Revista História do Arquivo Nacional, edição de dezembro de 2005.
CAETANO, Antonio Filipe Pereira. “Entre a Sombra e o sol A Revolta da Cachaça, a Freguesia de São Gonçalo de Amarante e a Crise política Fluminense.“Dissertação de Mestrado” UFF. Março de 2003
Wikipédia

Dados Importantes
13 de Setembro de 1649- Decreto de Proibição de produção e venda da Cachaça.
Todo mundo tem uma “Cachaça”
Acredito que não preciso esclarecer minha relação com a Cachaça. É uma paixão, me arriscaria a dizer, amor mesmo. A Cachaça é uma das palavras que mais possui sinônimos e significados na língua portuguesa e um de seus significados é ...Paixão. Quem nunca ouviu “Isto é minha Cachaça”?
Me arrisco aqui a escrever e relacionar coisas que a princípio não tem ligação, mas que se investigarmos, são fortes e parentes.
Aqui escrevo para falar de uma pessoa que como eu tinha uma “cachaça” em comum. A Música. Esta pessoa: Tina Pereira!
Apaixonada, quase loucamente, pelo que fazia: MÚSICA. Da sua maneira, como educadora, regente, instrumentista, arranjadora, esta se dedicou a sua tarefa de maneira tão honesta, que hoje é incontestável sua contribuição para o cenário da Música Carioca (Orquestra Revelia, Tupiniquim, OSPA...) e porque não...brasileira (Arranjos de Jovino, Bilinho, Marcelo Bernardes, Caio Sena... Músicas de Moacir Santos, Baden, Tom, Edu Lobo, Hermeto...).
Faço esta relação em homenagem mesmo, a esta colega e amiga que soube como ninguém, fazer Música e como a própria Música cativar as pessoas, se tornando também uma “cachaça”.
Neste dia treze, teu aniversário,é p'ra você meu brinde generosa Tina Pereira.

Obs.: Por conta de projeto de lei, do Deputado Valdir Collato (SC), já aprovado, há dois anos se comemora no dia treze de setembro, “Dia Nacional da Cachaça”.
Thiago Pires

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Paraty...sempre uma novidade

Esta postagem deveria ter sido feita no máximo em agosto, mas a correria de sempre só me permitiu colocar algo com calma hoje, feriado de sete de setembro...rs..rs
Estive em Paraty no final de julho, mais precisamente no último final de semana.
A cidade sempre tem algum atrativo cultural, e naquele fim de semana havia um festival de artes cênicas. Muito legal foi ver o catalão Tortal poltrona( não sei se é assim que se escreve), cara destes que faz agente acreditar que palhaçaria, não é palhaçada!
Mas vou me permitir falar de outra surprendente "novidade". A Cachaça Pedra Branca. Digo surpreendente pois as instalações deste alambique chamam atenção, em relação aos demais da cidade. Sala de fermentação totalmente higienizada(não que os demais não tenham!), equipamentos de destilação movidos à caldeira e maquinário para a produção de melado e rapadura, tudo à base de vapor ...de caldeira.
Fomos bem recebidos pelo Lúcio, que mostrou todo o alambique de forma muito prestativa e explicou detalhadamente sua história. Fiquei até sabendo que este Lúcio, possui parentesco com o pessoal da PAratyana/Mulatinha e com o pessoal da Corisco.
Chamo atenção para uma reserva de carvalho que este produtor possui. Diferentre da maioria dos carvalhos que geralmente encontramos, estes são de carvalho francês, que realmente adicionou um dourado bem cintilante ao produto e deu um "acabamento" no paladar bem diferente, e muito interessante.
Outra novidade é um tonel que o produtor possui de Amendoim, muito comum em Paraty, mas no caso deste, é possível ver uma maior interação e influência da madeira tanto na coloração quanto no paladar. Resultado, uma cachaça bem diferente da armazenada em Inox e com um pequena coloração "palha". Neste caso a primeira cachaça armazenada em amendoim, com alguma cor que ja vi/bebi!
A estrutura do alambique, possui capacidade para produzir mais de trinta mil litros por safra e o produtor possui canavial próprio. Equipamentos de destilação da "Santa Efigênia" (diferente de alguns outros que utilizam equipamento feito na região de campinas)fazem com este produtor esteja totalmente inserido numa nova concepção de produção aliando novas tecnologias à tradição da cachaça de Paraty. Recomendo visita e a degustação de seus produtos.
Acredito que não me engano quando digo que ainda vamos ouvir falar bastante da "Pedra Branca" de Paraty.