Atendendo ao pedido do mestre Luiz Carlos anexo esta foto. Lembro que o blog é um espaço aberto apesar de moderado por mim (ThiagoPires.) Fiquem á vontade para encaminhar imagens e como sei que a plataforma do blog é diferente (para não falar complicada), podem encaminhar para o email que faço a postagem. Aguardamos maiores informações sobre a foto.
Luiz Carlos, abraço forte como Cachaça!
terça-feira, 5 de novembro de 2013
domingo, 11 de agosto de 2013
Outros Tambores (Candombe Mineiro)
Os Tambus |
Os que
leram a última postagem puderam conferir o tambor de crioula do Maranhão além
da devoção de mestre Amaral à São Benedito.
Descendo
do Maranhão para Minas Gerais chegamos ao município de Lagoa Santa a pouco mais
de setenta quilômetros de Belo Horizonte, onde fica a Serra do Cipó muito
conhecida pela beleza de suas cachoeiras e por uma atração folclórica que
movimenta o mês de setembro: A festa do Candombe.
O
Candombe é uma manifestação folclórica típica da Serra do Cipó em Minas Gerais,
não tendo, à princípio, relação com o Candombe uruguaio, apesar da origem
africana. Assim como o Jongo ou “Caxambu” (presente nos demais estados da
região sudeste) possui semelhanças que sugerem sua origem a partir do mesmo
grupo africano Bantu. Além desta característica podemos citar outras
semelhanças com o jongo:
a)
Ambos relacionam poesia, dança e canto com tambores esculpidos em
troncos de árvores , os quais comumente são afinados à fogo (à exemplo do
tambor de crioula);
b)
As metáforas presentes nos versos ficam próximas das adivinhas,
formas muito presentes na África Bantu;
c)
A apresentação dos versos pelos cantores pode sugerir teor de
desafio, onde um fica com a tarefa de decifrar o verso do outro;
d)
Os eventos onde acontecem estas manifestações geralmente são
cerimônias que envolvem a comunidade e possuem alguma relação com o mundo
espiritual;
e)
Estas cerimônias se iniciam com a saudação aos tambores, que são
considerados sagrados e saudação aos antepassados e entidades do mundo
espiritual; com oferta de cachaça à estas;
f)
A referência aos “Carreiros”, boiadeiros que lidam com bois de
cangalha ou de carro-de-boi presentes nas letras e rimas dos versos.
Observa-se
que algumas destas semelhanças não se restringem apenas ao Candombe e Jongo,
indo ser encontradas como já explanado, também no tambor de crioula.
Encontramos no trabalho acadêmico do etnomusicólogo Paulo Dias
algumas justificativas históricas para as semelhanças:
“O catolicismo negro-confrarial, presente já
no século XV em Portugal, firmou-se no Brasil Colônia como única
porta de entrada para escravizados e libertos negros se inserirem
estrategicamente numa sociedade dominada pelos brancos,
notadamente por ocasião das festividades públicas oficiais e
religiosas, onde desde o século XVII são relatados os cortejos
dançantes de negros, as congadas, tratadas pelos cronistas da
colônia como “diversão honesta”. No interior de instituições importadas
da Europa, as Irmandades Leigas, africanos e seus descendentes
desenvolvem uma forma de catolicismo que se constitui em sistema
religioso incorporando à devoção aos santos católicos – Nossa
Senhora do Rosário, São Benedito, Santa Ifigênia – elementos do culto
bantu-africano aos ancestrais, manifestado seja na presença dos Reis
Congos, casal de representantes das linhagens reais africanas rearticuladas
simbolicamente em terras da diáspora, seja na invocação de
ancestrais escravizados – os pretos velhos, e divindades bantu como
Calunga e Zâmbi.
O Candombe é reconhecido pelos membros das
irmandades de Nossa Senhora do Rosário de Minas como sua
manifestação cultural mais antiga, germinal, depositária dos
mistérios do sagrado, e a manutenção de seus traços originais
torna-se ponto de honra nessas comunidades.” (trecho do artigo
publicado no livro Culturas e diásporas africanas- organização Cláudia Regina
Lahni et al.Juiz de Fora:Editora UFJF, 2009)
Café na cozinha da Dona Mercês |
É importante lembrar que esta manifestação ocorre em alguns lugares da
Serra do Cipó e estivemos na Comunidade do Açude que é uma comunidade
quilombola. Fomos muito bem recebidos na pessoa de Dona Mercês e suas
filhas que atualmente são quem “gerem” o evento. Acampamos em seu terreno
que costuma receber muitos visitantes, pessoas interessadas em conhecer o
candombe e que estavam ali pela primeira vez ou simplesmente voltavam para
rever os amigos do Açude. Na oportunidade os tambores (ou “Tambus” como são
conhecidos) completavam simplesmente duzentos anos segundo os moradores do
Açude.
Encontramos
uma comunidade muito bem organizada com laços familiares fortes onde as
mulheres desempenham papel de liderança. Outro elemento que chama muita
atenção: as crianças da comunidade brincam com música. Brincam de imitar os
versos dos adultos, a forma de cantar destes, de construir diferentes
rimas, misturam as letras e melodias conhecidas com versões próprias e com isso
inconscientemente perpetuam a música do candombe mineiro. Percebi que a rotina
da comunidade parece ser medida pelo trabalho. Durante o período em que
estivemos na comunidade, todos os afazeres tinham relação direta com a festa do
Candombe: descascando aipim (mandioca), ascendendo um forno, varrendo o chão de
terra, alimentando as galinhas ... todos trabalhavam.
Preparativos |
A festa se inicia com uma reza, à exemplo de algumas ladainhas presentes no interior do país (no Maranhão também é muito comum). Depois disto têm-se o hasteamento da bandeira de Nossa Senhora do Rosário. Enquanto isto os tambores estão sendo aquecidos na fogueira. Inicia-se a festa com os cantores versando e os tambores sendo tocados com acompanhamento de instrumentos de corda, que quase não são ouvidos.
No meio da cerimônia há a aparição de uma representação de um boi colorido adornado de chita que passa assustando à todos principalmente às crianças. A festa tem um intervalo para que todos se alimentem e depois volta com os versadores até os primeiros raios do dia.Do ponto de vista musical, é interessante ver a função desempenhada por cada um do trio de tambores, as convenções rítmicas e outros meios de comunicar o início e o fim de uma música. Os moradores do açude parecem lidar muito bem com a quantidade de pessoas que os visita para festa e se tornam verdadeiros protagonistas da cerimônia.
A Cachaça
Como
não poderia ser diferente faço aqui uma menção à Cachaça. Esta acompanha o evento do início ao fim. Como a casa de Dona Mercês estava muito cheia a
cachaça era servida em um filtro de barro, portanto cada um pegava seu copo e
se servia, com o acompanhamento de caldo de feijão, bolo de milho, café ou bolo
doce (comum). A cada ano a festa recebe mais gente e chama atenção pela
receptividade de todos, para aqueles que estão hospedados na comunidade ou para
aqueles que são apenas turistas curiosos.
Alambique do Sr. Vivi
Tive a oportunidade
de visitar apenas um alambique na região, perto do armazém mais famoso da
cidade. Armazém mesmo, daqueles de soleira de tronco de árvore e balança no
balcão, onde se acha boa cachaça (a maioria vem de Conceição do Mato Dentro),
queijos e doces.
Roda d´'água toda em madeira |
Cochos de fermentação |
Armazenamento |
Parol de envelhecimento |
O
Administrador do alambique é o Sr “Vivi” que abriu as dependências mesmo sem
estar em funcionamento. Os donos não estavam presentes e na oportunidade Sr Vivi disse que a produção estava interrompida. Muito interessante as instalações onde se percebem
artefatos de um modelo de alambique cada vez mais raro, com roda d’água, paróis
de armazenamento, dornas e cochos de fermentação cavados em tronco. A impressão
que temos é de estar em um museu que guarda as características do modo de
produção da bebida ainda no período colonial. Ressalto que sob a intenção
de modernizar e regulamentar sua produção (o que é louvável), muitos donos de alambiques têm
destruído registros como este, sem se preocupar com o valor histórico destas
construções.
Serra do Cipó
As Cachoeiras
Fora do parque algumas cachoeiras e poços estão localizados em áreas particulares, ou
que estão prestes a se tornar particulares, o que impede o livre acesso das
pessoas ou que se tenha que pagar uma taxa ao dono da propriedade.
Aqueles que frequentam balneários no país têm visto se multiplicar este tipo de
comércio que se servisse para a preservação ainda teria algo de positivo.
Infelizmente alguns donos destas terras simplesmente cobram do turista uma taxa
e não revertem nada para a preservação da atração (vi muito disto no complexo
de cachoeiras da Zilda em Carrancas também em Minas Gerais e na cachoeira da
Pratinha, Chapada Diamantina-BA)
Agradeço
aqui aos companheiros de viagem da Orquestra Revelia (amizade e tambores são
tocados com o carinho das mãos), que compartilharam comigo destes momentos e
cederam estas imagens. Agradeço à comunidade do Açude, pela gentileza e
recepção afável e por que não....à Nossa Senhora do Rosário!
As
cachoeiras que visitei, principalmente as de dentro do parque nacional da Serra
do Cipó, chamam atenção pela beleza e pela diversidade de tons de cor que a
água reflete. Diferentes cachoeiras com tons de verde, azul e até
avermelhado.
Recomendo
uma visita à região, pela Música (Candombe), pelas belezas naturais (cachoeiras
e parque nacional), pelos sabores (cachaças) e pelas pessoas (a comunidade do
açude é muito especial). E precisa mais motivo?
Dona Mercês |
“(...) quem for lá no açude, guiado por tambor
sobe o mastro e a bandeira, desce flor
Êh boi passa e assusta
menino corre não
ao candombe do cipó minha canção
à Senhora do Rosário
minha Oração(...)”
(Thiago Pires, Candombe do Cipó, 2012)
segunda-feira, 13 de maio de 2013
De Barris e Tambores (Maranhão)
De Barris e Tambores
A relação destes dois objetos sempre foi muito próxima.
Certamente alguns dos primeiros tambores vindos da Europa, África ou feitos aqui mesmo,
eram barris adaptados. De fato nada melhor que levar um som com o que sobrou da
bebida...
A música
necessariamente fez parte da rotina das primeiras embarcações. São frequentes
as representações de paisagistas do período da colônia retratando os tambores
feitos de barris. Os nativos se utilizavam principalmente de troncos para os
seus tambores.
Quando se fala de
música maranhense a primeira lembrança que temos é o Bumba- meu-Boi (não
confundir com o Boi-Bumbá do Pará). Os grupos folclóricos que produzem a festa
do Boi (durante o período dos festejos juninos) possuem peculiaridades como diferentes
acompanhamentos rítmicos (sotaques) que variam de região para região (Boi da
Baixada, Boi da Madre Deus, Boi Barrica, Boi de Morros...), instrumental que
vai desde uma orquestra de sopros (fanfarra) aos grupos que tradicionalmente se
utilizam do banjo como instrumento harmonizador e acompanhador.
Como não vamos falar
do Boi, prefiro não me alongar. Lembro que boa parte das células rítmicas
presentes no folguedo do Boi dialogam com Tambor de Crioula, mais uma
manifestação de matriz africana que chegando no Brasil sofreu a influência e
influenciou outros gêneros, europeus e nativos.
Cabe também não
confundir o Tambor de Mina com o Tambor de Crioula. Apesar de serem genuinamente
maranhenses, o primeiro é uma manifestação essencialmente religiosa e
frequentemente associada aos terreiros, com a ocorrência de transes. A segunda
também possui o apelo religioso (muitas rodas de tambor de crioula são feitas
em louvor a São Benedito ou outro santo como
pagamento de promessa), mas não se caracteriza apenas religiosamente pois
aborda outras temáticas , podendo em uma roda de tambor de crioula haver duelos
entre cantores versadores (a exemplo do que ocorre no jongo), temas satíricos, dentre outros. Muito da confusão entre estes
dois exemplos vem de semelhanças como a predominância de mulheres na
organização, na dança( só as mulheres dançam em ambos exemplos) e na música ( são os homens que geralmente
executam os tambores).
É interessante apontar que estas são manifestações que assim como no Candombe Mineiro( não confundir com o Candombe Uruguaio), no Candomblé, no Jongo, os protagonistas são os tambores, que em vários exemplos de origem africana são responsáveis por “ligar” os guias espirituais às cerimônias através de seu som e toques.
É interessante apontar que estas são manifestações que assim como no Candombe Mineiro( não confundir com o Candombe Uruguaio), no Candomblé, no Jongo, os protagonistas são os tambores, que em vários exemplos de origem africana são responsáveis por “ligar” os guias espirituais às cerimônias através de seu som e toques.
Fica aqui meu
agradecimento a : Jaqueline Luz pelas imagens, Hindelino Pires e Glória
Fontenelle pela ótima companhia. A Mestre
Amaral que é desses homens de fala mansa, sorriso iluminado, bom de prosa e que
sabe receber o visitante. Confesso que ainda não tinha visto uma devoção tão grande a
São Benedito.
São Benedito, padroeiro da cachaça. Ao que
parece há mais proximidade entre tambores e barris do que sugere nossa vã
filosofia.
terça-feira, 5 de março de 2013
Maranhão: longa história com cachaça
Porta do Memorial da Família Macatrão. Brejo-MA |
Depois de longo e tenebroso verão volto ao blog. Minha
última viagem percorreu dois estados muito próximos entre si e parecidos,
embora guardem suas particularidades na arte e nos sabores. Estive de 25 de
dezembro a 10 de janeiro no estado do Maranhão percorrendo os municípios de São
Luiz (capital), Alcântara, São José de Ribamar, Santo Amaro e Brejo. Desta última fui à
Parnaíba, Luiz Correa e Teresina no Piauí ficando neste estado 5 dias.
Moenda. Memorial da Família Macatrão. Brejo-MA |
Minha relação com o Maranhão
é transcendental. Sou o verdadeiro “marioca”. Filho de maranhenses nascido no
Rio de Janeiro. Há oito anos não visitava o estado e senti muita necessidade de
me reabastecer com a nordestinidade desta terra.
Como não poderia ser
diferente, já começara a pesquisar sobre as cachaças do estado ainda aqui no
Rio de janeiro. Procurei as regiões produtoras e possíveis marcas registradas,
ou se não registradas, com uma procedência confiável. Com rótulo só achei a “Azulzinha Maranhense”
que é de fato uma cachaça com o rótulo azul e registro no ministério da
agricultura, infelizmente não consegui comprá-la. No único restaurante que a vi
disponível fui informado de que era apenas para “decoração”. Este tipo de
desconhecimento no atendimento, no apresentar da cachaça, só desanima aqueles
que dependem da divulgação para manter o negócio. Todas as demais cachaças que
encontrei não possuíam rótulo. Apesar da história das aguardentes do maranhão
ter como protagonista a Tiquira (destilado de mandioca) e este ser praticamente
o único estado que produz esta bebida, me impressionei com a produção de
cachaça da região conhecida como baixada maranhense. Santo Antônio dos Lopes, Penalva, Brejo, Santa Inês, dentre outros municípios, produzem cachaças que são
consumidas na própria localidade e só quando sobram chegam em São Luiz. Pelo período que estive e
pelos hábitos locais que observei a cachaça é tão ou mais consumida que a
tiquira, que representa mais o lado folclórico da produção de aguardentes do
Maranhão.
Destilador de Cobre com Serpentina. Memorial da Família Macatrão. Brejo- MA |
É triste mas importante
denunciar a falta de idoneidade dos produtores/ atravessadores que naturalmente misturam os mais diversos
produtos nas aguardentes para que estas tenham rosário (p. ex. : sabão em pó),
tenham maior rendimento(água) ou que sugiram a infusão com a folha de
tangerina (p. ex. : anilina). A população se refere a estas como cachaças “manipuladas”
que são mais uma página da omissão do poder público do estado no que se refere
ao controle do que se compra, vende e consome no estado. As normas de higiene ainda são assunto tímido
nos processos de produção de Cachaça, Farinha e Tiquira desta região. Lembro que a farinha da mesma maneira que a cachaça, é culturalmente presente em todas as regiões do país, merecendo também ser resignificada e respeitada já que está presente no prato do brasileiro com diversas variações regionais( farinha de mesa, farinha d'gua, misturada com côco...). Percebi algumas Tiquiras com alguma preocupação de apresentação e qualidade como a "Magu" e a "Tiquira da Fazenda" de Barreirinhas e que apresentava em seu rótulo informação de estar de acordo com as normas laboratoriais do MAPA(Ministério da Agricultura), mas foram as únicas iniciativas.
É interessante perceber que a própria população tem conhecimento do nível
de qualidade do produto que consome a medida que esteja mais próximo do produtor. Mesmo quando sabem
que a cachaça é adulterada continuam consumindo-a sem ter na maioria das
situações, noção dos possíveis malefícios que estas bebidas podem ocasionar.
Esta situação é realmente alarmante!
Surpresa foi saber
que parte da família de meu pai havia produzido cachaça no distrito de São
Roque no município de Brejo. O equipamento de destilação e a moenda estão atualmente
expostos juntos com outros utensílios como fôrmas de rapadura, tachos, carro de
boi contando a história da família e de certa forma a história da vida privada no Brasil de cem anos atrás. Tudo isto exposto no memorial da família Macatrão, obra cuidadosa de tio Roque Pires Macatrão que merece visita aos dispostos a ir à Brejo.
Saí de Brejo rumo ao
Piauí com desejo ainda maior de conhecer a parte sul do Maranhão. Por suas
cachoeiras (chapada das mesas) e pela fama de suas cachaças.
Quanto à música do Maranhão? Esta é uma dose que será degustada exclusivamente em postagem futura onde falarei do Tambor de Crioula de Mestre Amaral e sua forte relação com São Benedito. Aguardem a próxima alambicada!
Quanto à música do Maranhão? Esta é uma dose que será degustada exclusivamente em postagem futura onde falarei do Tambor de Crioula de Mestre Amaral e sua forte relação com São Benedito. Aguardem a próxima alambicada!
Piauí: uma agradável surpresa
Rótulo da Cachaça "Lira" |
A Lira e sua história |
Em se tratando de cachaça, o que conhecia do Piauí era a “Mangueira” e a “Lira”. A primeira se encontra facilmente em qualquer supermercado de Teresina ou Parnaíba, a segunda não. Procurei muito a Lira só vindo encontrá-la para venda no centro de artesanato de Teresina. Bebi da Lira em uma praia chamada “praia grande”. Com um sol daqueles, eu e meu camarada Vítor Medeiros matamos quatro doses. E realmente é uma cachaça que merece atenção. Persistência de pequenas bolhas, tom amarelo tendendo a dourado âmbar e viscosidade de marcar o copo. No nariz a lembrança de amêndoa verde beliscada com a unha (ou madeira verde). O Rótulo só se refere a “Armazenada em tonéis de madeira”, mas ao que tudo indica é carvalho, ainda que possa ter outra madeira. Uma cachaça com acabamento requintado quando comparada às demais, principalmente quando comparamos com a famosa Mangueira. Realmente a Lira (a autêntica cachaça de Amarante ,como diz o rótulo) com sua história (desde 1889) se destaca como uma agradável surpresa das cachaças nordestinas que tive oportunidade de degustar (40° Gl).
Rótulo da Lendária "Mangueira" |
Cachaça Siri |
Cachaça Magnitude (honestíssima surpresa) |
Cachaça Tapuia |
Cachaça Concebida |
Contra- Rótulo da Concebida |
Confesso que não esperava encontrar cachaças tão interessantes no Piauí, mais um motivo para voltar à terra da Cajuína.
Encantei-me com a
magnitude, cachaça, e com a magnitude das cachaças do Piauí.
Encerro com este poema de Torquato Neto
Teresina:
Ausência
De uma presença...
Presença
Da mesma ausência...
Só memória na memória
Sempre viva
Só saudade... só distância...
Só vontade. ...
e um ardor medonho no peito.
Rio, 23/08/1962
Thiago Pires
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Exatamente Hoje
Tio Anastácio é negro, Tio Anastácio é gaudério. Lenda ou verdade?
Tio Anastácio é Cachaça!
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