quarta-feira, 29 de maio de 2019

O Museu da Cachaça e uma Cubana em Salinas

Estante espelhada no museu da Cachaça de Salinas- MG

Como dito outrora, o museu da cachaça possui mais informações sobre o festival do que a própria base/estrutura do festival. O museu é mantido pela prefeitura e possui uma estrutura arquitetônica simples, porém grandiosa. Guias conduzem os visitantes pelas diversas etapas da exposição. Chamam atenção as salas que trabalham com sensações como o efeito óptico de uma prateleira espelhada de nove metros de altura ou uma sala com aroma de bálsamo.
Destilador modelo "Tromba de Elefante"/ Museu da Cachaça de Salinas- MG

Dois itens chamam atenção: um parol de bálsamo e um destilador “Tromba de Elefante” doado pela fazenda Havana. O cuidado com a iluminação e mesmo com o fundo sonoro só não é maior do que o cuidado com o aroma da sala já que a mesma possui roda-pés por onde a cachaça de bálsamo corre, provocando uma verdadeira experiência sensorial afirmando: Salinas é a terra do Bálsamo!

Parol de Bálsamo/ Museu da Cachaça de Salinas- MG

Uma das guias me chamou atenção pelo sotaque. Seu nome, Glória. Cubana de Havana, veio ao Brasil para trabalhar no programa Mais Médicos. Um choque de datas entre sua volta a Havana para renovar seu visto e um compromisso com uma especialização aqui no Brasil fez com que perdesse o vínculo com o programa e com Cuba. Casada há três anos com um brasileiro e já com filho em terras Tupi, Glória se apresenta orgulhosa como uma guia que fala quatro idiomas é médica com especialização em doenças tropicais e além de guia no museu atua como professora de radiologia em um curso da cidade. Glória à  época lutava para poder voltar a atuar como médica no Brasil. O tempo e o processo eleitoral de 2018 deve ter mexido com suas expectativas, acredito.

Pergunto a ela se antes de chegar em Salinas já tivera ouvido falar na cachaça Havana. Diz que não, mas como quem reitera um fato histórico ela afirma que o regime Cubano procurou proteger todas as marcas que remetessem a Cuba e Havana. Glória fala do Rum agricole em Cuba e que assim como em Salinas, em sua terra natal a variedade de cana Java também é bastante comum.
Glória, uma simpática cubana na terra da Havana

Depois de aprender mais um pouco sobre Havana, não a cachaça, foi inevitável pedir que Glória posasse ao lado do rótulo da cachaça Cubana, de Salinas.


2 comentários:

  1. Sensacional. Tromba de elefante, 45 GL... essas coisas não podem morrer não. É importante que existam grandes produções e até produtos "gourmets" (odeio essa palavra, mas como está em uso...). Entretanto, tem que sempre haver a opção de consumirmos produtos mais artesanais, com alambiques que não são de uma mesma marca, leveduras próprias do ambiente, graduação alcoólica elevada... consumir um produto único, com característica própria! Padronização demais destrói a peculiaridade!

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    1. Concordo. Que seja pelo menos pelo apreço histórico. Quem valoriza isso geralmente paga até mais caro, sem pestanejar.

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